TSE apresenta ao STF notícia-crime contra Bolsonaro por vazamento de inquérito sigiloso

Acusações foram feitas durante transmissão ao vivo na noite desta quinta-feira, 29(foto: Reprodução/Facebook)

O presidente utilizou o documento para justificar suas alegações de fraude nas urnas eletrônicas

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enviou, nesta segunda-feira, 9, ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), pedindo a sua investigação por vazamento de inquérito sigiloso.

A ação veio após Bolsonaro divulgar na semana passada, em seu perfil nas redes sociais, a íntegra de um inquérito da Polícia Federal que apura suposto ataque ao sistema interno do TSE em 2018 e que, conforme o próprio tribunal, não representou qualquer risco às eleições.

Também são alvos da notícia-crime o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR), que participou ao lado do presidente de entrevista à Rádio Jovem Pan, e o delegado da PF à frente da investigação de suposta invasão. Para os ministros do TSE, há indícios de que o delegado, que não teve o nome divulgado, teria levantado o sigilo de forma indevida ao compartilhar as informações com o parlamentar e com Bolsonaro.

O presidente utilizou o documento para justificar suas alegações de fraude nas urnas eletrônicas. Relator da PEC do voto impresso, Filipe Barros também esteve envolvido no episódio. Na ocasião, eles distorceram as investigações, e, logo após uma live na última quinta, 5, Bolsonaro publicou em rede social a íntegra do inquérito.

Em resposta, divulgada horas após, o TSE afirmou que o acesso indevido ao sistema interno não representou qualquer risco à integridade das eleições de 2018. Segundo o tribunal, o código-fonte dos programas utilizados passa por sucessivas verificações e testes, aptos a identificar qualquer alteração ou manipulação.

O TSE sugere que, caso seja instaurada a investigação contra o presidente, a publicação seja removida.

A notícia-crime será analisada no inquérito das fake news, que apura a disseminação de conteúdo falso na internet e ameaças a ministros do Supremo. O relator é o ministro Alexandre de Moraes, que, a pedido do TSE, aprovou a inclusão de Bolsonaro na investigação na última quarta-feira, 4.

 

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